A Guerrilha do Araguaia foi um agrupamento de militantes contrários à ditadura militar que acreditavam que a revolução socialista só teria sucesso se acontecesse no interior rural do Brasil.
Estima-se que pelo menos 70 dos desaparecidos políticos no Brasil tenham sido mortos por militares durante as ações de repressão no Araguaia. Entre os que sobreviveram depois da ação militar, está o deputado federal José Genoino, que foi detido em 1972. (portal R7)
SÃO DOMINGOS DO ARAGUAIA, Pará (Reuters) - Ocorridos entre 1972 e 1974, os combates entre as tropas da ditadura militar e a guerrilha do Araguaia deixaram cerca de 70 pessoas desaparecidas -guerrilheiros e moradores locais.
Os militantes, na maioria membros do PCdoB, escolheram a região no sul do Pará, nas divisas entre o Maranhão e Tocantins. A área, de aproximadamente 7.000 km², foi palco de treinamentos e ações dos militantes, que pegaram em armas e criaram um esquema paramilitar para realizar suas operações.
Entre 1972 e 1975, a Guerrilha do Araguaia foi alvo de uma grande ação do exército, que queriam reprimir e acabar com o movimento.
Durante as ações militares, os agentes de repressão da ditadura teriam cometido graves violações aos direitos humanos, como prisões ilegais e execuções de guerrilheiros e moradores locais, condenados como “colaboradores”.
Os militares são acusados de sessões de tortura, como estupros e mutilações, além desaparecimento forçado de diversos militantes.
SÃO DOMINGOS DO ARAGUAIA, Pará (Reuters) - Ocorridos entre 1972 e 1974, os combates entre as tropas da ditadura militar e a guerrilha do Araguaia deixaram cerca de 70 pessoas desaparecidas -guerrilheiros e moradores locais.
Leia abaixo alguns dados sobre o movimento.
* Formada por integrantes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), a Guerrilha do Araguaia começou a ser estruturada na segunda metade da década de 1960 com o objetivo de combater o regime militar (1964-1985).
* Seus quadros eram compostos por estudantes e profissionais de diversas áreas, como geologia, economia e medicina.
* Por meio de uma luta realizada em área rural de forma semelhante à que ocorreu na China, o objetivo dos guerrilheiros era criar uma zona livre no sul do Pará, mobilizar a população e fazer uma revolução para depor o regime.
* A guerrilha era dividida em três grupos com cerca de 20 componentes cada, os quais eram comandados por uma comissão militar e também se dividiam em agrupamentos menores.
* Chamados na região de "paulistas", os guerrilheiros viviam em meio à população local. Compraram pequenos pedaços de terra, atuavam como comerciantes, na agricultura e na área de saúde.
* Os militantes receberam apoio de diversos moradores do local, mas alguns habitantes da região também colaboraram com as tropas do governo.
* A repressão teve início em 1972, mas foi necessária a realização de três campanhas durante cerca de três anos para desmantelar o comando da guerrilha e perseguir os demais combatentes sobreviventes. Foi a maior mobilização das Forças Armadas do Brasil desde a Segunda Guerra Mundial.
BUSCA POR DESAPARECIDOS
* A partir de 1982, com o início do processo de redemocratização do país, familiares de ex-integrantes do movimento passaram a cobrar na Justiça a localização e recuperação dos restos mortais dos desaparecidos.
* Como não foram atendidos, em 1995 pediram ajuda da Organização dos Estados Americanos (OEA).
* O caso chegou à Corte Interamericana de Direitos Humanos. Em 26 de março de 2009, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA apresentou ao tribunal uma demanda contra o Brasil.
* No dia 29 de abril deste ano, o então ministro da Defesa, Nelson Jobim, assinou portaria criando um grupo de trabalho com a finalidade de localizar, recolher e identificar os restos mortais dos desaparecidos.
* Na portaria, publicada no Diário Oficial, Jobim reconhece que até então as expedições realizadas apresentaram resultados limitados.
* O grupo de trabalho, composto também por representantes dos governos do Pará e do Distrito Federal, é coordenado pelo Exército e receberá o acompanhamento de outros órgãos governamentais e entidades independentes.
* A princípio, o colegiado terá de apresentar um relatório sobre seus trabalhos até o fim de abril de 2010. O prazo, entretanto, poderá ser prorrogado pelo Ministério da Defesa.
oglobo.globo.com/.../principais-fatos-sobre-guerrilha-do-araguaia
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