Diante da configuração do novo cenário
educacional vigente em que os avanços tecnológicos nos diversos campos das ciências
e das comunicações estão cada vez mais
presentes na vida e na cultura da humanidade, podemos observar que inúmeras e
incontáveis transformações ocorrem em espaços de tempo cada vez menores, e essa
aceleração na produção de informações faz com que a Educação se reformule em todos os seus aspectos,
buscando adaptar-se aos novos costumes e praticas inerentes a sociedade da nova
era digital.
Novas linguagens estão sendo
utilizadas nas salas de aula e os alunos não mais correspondem á velhos hábitos
docentes que conforme Freire (1981, p. 66) são traduzidos em uma "Educação
Bancaria" que coloca os alunos como meros receptáculos de conhecimentos
transmitidos em forma de informações, informações essas que hoje se multiplicam
e são produzidas em uma velocidade viral.
Boa parte dessas mudanças foram e
são provocadas pela internet e suas infinitas aplicações nos mais diversos
campos do conhecimento e claro na Educação, onde atualmente a o modelo de
ensino presencial divide espaço com o modelo de ensino a distancia que esta
cada vez mais em voga no contexto atual.
Já se pode comprovar que hoje a
humanidade produz muito mais conhecimento e em uma velocidade cada vez maior
que em tempos passados, e justamente por isso que hoje um dos desafios da
educação é fazer a triagem de todo esse conhecimento produzido, selecionando o
que de fato faz sentido e tem
significado para os anseios do alunado,
pois a escola mesmo não sendo a única produtora de conhecimento, ela ainda é a
que possui mais capacidade de sistematizar esse conhecimento para aqueles que
buscam a escola para terem sua formação.
A nova sociedade vigente denominada
por muitos como a sociedade do conhecimento, a sociedade da informação ou como
aponta Castells (1999, p. 414), "A sociedade em rede, como qualquer outra
estrutura social, não deixa de ter contradições, conflitos sociais e desafios
de formas alternativas de organização social."
Mas tantas transformações e novidades não significa que a sociedade não
enfrente problemas antigos como sugere Pretto (2011, p. 99)
No entanto, essas
transformações do uso das tecnologias digitais convivem com a chamada mídia
tradicional, instituída ainda de maneira oligopolista. O que se observa nesse
campo é a existência de um movimento de concentração da propriedade dos meios
de comunicação, com uma enorme concentração de capital em torno de poucas
famílias, ou grupos que dominam todo o processo de produção e distribuição
simbólica planetária. No Brasil, são apenas seis famílias que comandam esse
segmento econômico e mais ou menos o mesmo acontece em termos internacionais.
Assim
são muitos os desafios de se educar na era digital, onde os meios de
comunicação ainda são propriedade de pequenos grupos dominantes que usam e
abusam do poder de comunicar e produzir informações conforme os seus
interesses.
Toda
via, os problemas são dos mais variados quando se trata de utilizar as TICs no
cotidiano escolar, onde um dos mais sérios é o fato de muitos professores não
saberem usar essas ferramentas no contesto da sua práxis docente, sendo que não
apenas docentes como também gestores fazem resistência ao uso das tecnologias e
essa resistência acaba comprometendo ainda mais o aprendizado dos alunos que
são nativos da era digital.
Essa ainda é uma triste realidade de
muitas escolas do Brasil e de outras partes do mundo, porém, existem muitos
adeptos e entusiastas do uso inteligente das ferramentas de interação,
compartilhamento e produção de conhecimentos inerente as TICs que segundo
Pretto (2011, p. 110):
Felizmente, são inúmeras as possibilidades de
transformação dessa realidade e muitas delas estão sendo implantadas e
conduzidas por professores e professoras atuantes e animados, lutando contra a precariedade
das condições profissionais e de infra-estrutura das escolas. No campo das
tecnologias da informação e comunicação, torna-se necessário intensificar a
apropriação das TICs enquanto elementos de cultura, e não apenas como aparatos
tecnológicos (muitas vezes presentes nas escolas por pressão da indústria!) que
ilustram ou facilitam os processos escolares.
O uso das TIC´s no ambiente escolar é uma realidade cada vez
mais constante na prática docente e fugir ou ignorar essa tendência é remar
contra a maré do infinito oceano virtual que é a internet e suas inúmeras
possibilidades de uso no contesto educacional.
As redes
sociais conquistam tanto adultos como jovens e seu uso vem se tornando
uma constante e corriqueira prática, sendo que seu potencial pedagógico deve
ser explorado da forma mais racional possível.
E justamente levando em consideração
a importância de se buscar um maior uso das TICs no contesto escolar que a EEEM
- Dr. Abel Figueiredo vem na medida do possível se engajando na formação de
seus professores em cursos oferecidos pelo NTE Marabá, que visam a formação de
docentes para o uso das TICs em sala de aula, proporcionando aos educadores uma
melhor atuação em sua prática docente assim como um melhor relacionamento com
os alunos que estão cada vez mais antenados e dispostos a participarem mais das
aulas quando essas são mais atrativas e empolgantes do ponto de vista deles
como nativos digitais. A formação de professores com esse intuito é reforçada
por Sette (2012),
Para a inclusão desses profissionais da
educação no ambiente das TIC, há que se constituir uma formação apropriada no
âmbito das redes de ensino. Por um lado, a formação inicial promovida pelas IES
ainda não atinge esse objetivo de forma suficiente. Por outro lado, as
aceleradas mudanças no setor das TIC provocam a necessidade de formação
permanente dos docentes, a ser garantida por programas de formação continuada
das redes, por exemplo.
Alem
da formação docente feita pelo NTE Marabá, a escola elaborou através de seus
segmentos representado por pais, alunos, gestores e professores, um conjunto de
normas para o uso do celular e principalmente as redes sociais,
especificamente, FACEBOOK e do WHATSAPP em sala de aula e nas dependências da
escola e a partir de uma discussão de cunho democrático, todos os segmentos da
escola expuseram suas opiniões e um documento foi criado para resolver
problemas do mau uso tanto do celular, como das redes sociais em sala de aula.
Como não dispomos de laboratório de
informática e justamente por isso que o sinal de internet via wa-fi é liberado
para que os alunos possam pesquisar os conteúdos trabalhados em sala de aula e
a pedido dos professores conforme a necessidade por eles estipuladas. Porem como em qualquer escola do Brasil há
abusos por parte dos alunos que ainda não sabem fazer uso não apenas de
celulares como também das redes sociais, e pra evitar situações constrangedoras
e principalmente para aproveitar a paixão dos alunos pelas redes sociais mais
populares, que a escola traçou normas racionais para o uso das redes sociais,
assim como utilizar essas redes pedagogicamente para a produção e o compartilhamento
de conhecimento, pois como orienta Menezes (2011):
É um grave equívoco, no entanto, se
educadores e instituições de ensino simplesmente se protegerem da internet e
das redes como se elas fossem ameaças. Devemos, sim, fazer uso delas,
reconhecendo o poder de comunicação que têm como essencial para o trabalho.
Como vimos os desafios são muitos,
porem as possibilidades de sucesso são ainda maiores, desde que saibamos que
rumo tomar e que tenhamos forças para buscar formação para nos adaptarmos e
sobrevivermos as mudanças e transformações correntes na sociedade da era
digital.
Referencias:
FREIRE, Paulo. A Pedagogia do
Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
CASTELLS, Manuel. A Era da
Informação: economia, sociedade e cultura, vol. 3, São Paulo: Paz e terra,
1999. p. 411-439
MENEZES, L. C. Redes Sociais: ameaças à escola ou recursos.
Publicado em NOVA ESCOLA Edição 256, outubro 2012. SETTE, S. S. AGUIAR, M. A.
SETTE, J. S. A. Formação de
professores em Informática na Educação: um caminho para mudança. Disponível
em: http://escola2000.net/eduardo/textos/proinfo/livro05-Sonia%20Sette%20et%20alii.pdf
Acesso em: 03/07/2014
PRETTO, N. De Luca. O desafio de educar na era digital:
educações. Revista Portuguesa de Educação, 2011, 24(1), pp. 95-118.
CIED-Universidade do Minho. Disponível em: http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/rpe/v24n1/v24n1a05
Acesso em 03 de julho de
2014.
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