Analisando todas essas teorias de aprendizagens que buscam estruturar os processos de aprendizagem, levando em consideração a bagagem de conhecimento ora interna ora externa, ou a priori a posteriori do "aprendente", pude perceber graças ao estudo dos textos disponibilizados e outros mais consultados, que a EAD de certa forma também vem fazendo uso dessas teorias para se concretizar enquanto modelo de ensino, moldando-se conforme sua evolução histórica.
Assim a EAD começa sua trajetória com bases empiristas e behavioristas com o estudo individualizado que o tecnicismo em vigor na época preconizava. Como aponta Kieling (2006)
Foi
Skinner, um dos principais propositores do uso de aparatos tecnológicos, que
preconizava que estes aparatos conferiam mais eficácia ao ensino. Suas famosas
“máquinas de ensinar” foram, de certo modo um dos precursores do computador
(pelo menos no seu uso educacional).
Tendo
todo esse ambiente teórico favorável e ainda com o desenvolvimento dos meios de
comunicação eletrônicos (rádio e televisão) a educação a distância ganha um
novo impulso. Melhoraram as possibilidades de transmissão do conhecimento.
Para aquela época o modelo nascente de EAD foi fundamental para a consolidação do ensino em massa para atender a demanda do cenário industrial, onde mais a frente a educação a distancia bebeu na fonte do inatismo, onde segundo Pretti (2002) esse modelo fortalecia o mito do auto-didatismo, onde o aluno aprende sem o professor, e esse por sua vez era descartável do processo de ensino aprendizagem. As instituições de EAD que apostaram nessa vertente não lograram sucesso, pois já é mais que provado que o professor mediador é uma das peças fundamentais na engrenagem da EAD.
E durante um passado bem recente beirando ao presente, podemos identificar as teorias coma a construtivista que coloca o aluno como o centro do processo de construção do conhecimento através de sua interação com o meio social, sendo essa teoria também aplicada a EAD que promove essa interação na sua fundamentação como modelo de ensino.
Já as teorias interacionistas e socio-interacionistas de Piaget e Vygotsky respectivamente, se enquadram no modelo EAD justamente pelo fato de incorporar características inerentes aos padrões atuais, que possuem no bojo da EAD fundamentos e ferramentas de aprendizagem a valorização do COGNICISMO, com o intuito de CONSTUIR conhecimento a partir da INTERAÇÃO entre aluno/professor/tutor/tecnologia/conhecimento, fomentando o compartilhamento do conhecimento a ser construído.
Empirismo, Inatismo, Behaviorismo, Cognitivismo, Construtivismo, Interacionismo, Interativismo, Maiêutica e Autopoiese são teorias de ensinar e de aprender, sendo que cada uma é fruto da sua época e duram conforme surgem novas necessidades e formas de se vivenciar as novas realidades educacionais que tomam forma e estrutura.
Assim, nos dias atuais com a nova era digital, essas teorias que tanto se adequaram no passado, hoje começam a perder espaço para uma nova teoria conhecida como CONECTIVISMO, Siemens (2004) define essa teoria como:
Conectivismo
é a integração de princípios explorados pelo caos, rede, e teorias da
complexidade e auto-organização. A aprendizagem é um processo que ocorre dentro
de ambientes nebulosos onde os elementos centrais estão em mudança – não
inteiramente sob o controle das pessoas. A aprendizagem (definida como
conhecimento acionável) pode residir fora de nós mesmos (dentro de uma
organização ou base de dados), é focada em conectar conjuntos de informações
especializados, e as conexões que nos capacitam a aprender mais são mais
importantes que nosso estado atual de conhecimento.
Depois
de estudar tantas teorias de ensino e de aprendizado na graduação e na pós
graduação, descobrir que existe outra bem mais atual e contextualizada, me
incentiva ainda mais em buscar um maior entendimento sobre a mesma.
REFERÊNCIAS:
KIELING,
Sérgio Roberto Franco. Aprendizagem na Educação a
Distância: Caminhos do Brasil. CAPS,
2006.
Disponível em
www.ufrgs.br/nucleoead/documentos/francoAprendizagem.pdf
Acesso em 03 de Julho de 2014.
Mota, J. (2009).
Personal Learning Environments: Contributos para uma discussão do conceito.
Educação, Formação & Tecnologias; vol.2 (2). Disponível em
http://eft.educom.pt/index.php/eft/article/view/105/66 .
Acesso em 06 de Julho 2014
PRETI, Orestes. Bases
Epistemológicas e Teorias em Construção na Educação a Distância.
Disponível em <http://www.uab.ufmt.br/uab/images/artigos_site_uab/bases_epistemologicas.pdf>.
Acesso em 07 Julho de 2014.
RESENDE, R. L. S. M. Fundamentos Teórico Pedagógicos para EaD.
Disponível em <http://www.abed.org.br/congresso2005/por/pdf/055tcb5.pdf>. Acesso em 07 de Julho 2014.
SIEMENS, George. CONECTIVISMO: Uma Teoria de Aprendizagem para a
Idade Digital. Disponínel no link:
http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=8&ved=0CD0QFjAH&url=http%3A%2F%2Fusuarios.upf.br%2F~teixeira%2Flivros%2Fconectivismo%255Bsiemens%255D.pdf&ei=sZ-
4U8qODsfMsQSKi4GYAg&usg=AFQjCNGG8MkpJfex5B6reI_3d20DwVQr8w&sig2=J4CD_6qDw1D6a1tfnpiFww
Acesso em 05 de Julho de 2014
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