sexta-feira, 5 de agosto de 2011

História da ocupação e formação da Vila Miguel Xavier

     


Uma das fontes utilizadas na pesquisa que trata o texto a seguir, foram os relatos de Maria Eugênio Dantas ( Maria do Virgem ) 91 anos, nascida na local.idade do sitio flores (trecho entre o sítio Poço e o Sítio Janjão), hoje distrito de Valença, em 1926, ela confirma a maioria das informações do texto abaixo, ela é descendente ( neta ) de Rosalina Maria da Conceição ( conhecida como mãe rosário ) escrava vinda da África, mucama do Major Miguel. "Mãe Rosário" foi casada com um viúvo o Sr. João Eugênio Justiniano um homem branco vindo do Potengi. 

Ressalto esse detalhe para que os leitores possam sentir o quanto os relatos orais podem enriquecer as narrativas históricas e como a memoria pode ser elemento da cultura e da identidade dos grupos sociais e também de indivíduos.

Então leiam o texto abaixo, ele já foi postado anteriormente neste Blog, mas vale apena relembrar.


História da ocupação e formação da Vila Miguel Xavier 

(hoje Distrito de Valença)




Para entender o processo de ocupação de que hoje e a Vila Miguel Xavier, deve-se também fazer referencia a ocupação do Cariri com um todo, pois foi a partir daí que a história começa a tomar rumo à formação dessa Vila.
     O processo de fixação humana no Cariri inicia-se no final do século XVII com o ciclo do couro intensificada as margens do Rio São Francisco e seus afluentes que futuramente se transformaram nas sesmarias concedidas na época do segundo império, os primeiros colonizadores brancos constam como tendo sido formados por agentes da Casa da Torre (Bahia), seguidos de pernambucanos e sergipanos, ocupando terras localizadas no Riacho dos porcos (Brejo dos Santos), no extremo sul da Capitania, Muitos alcançaram esse riacho e daí se bifurcando para o Jaguaribe, ou penetrando nos terrenos férteis ao sopé do que seria a Chapada do Araripe. Alguns vieram pelos caminhos do Riacho do Pajeú (Pernambuco) ou o riacho da Brígida, afluente do São Francisco. No lado pernambucano, surgem povoações, fundadas por capuchinhos (Exú), em 1705, tendo apenas a serra do Araripe de permeio, a separá-la do lado cearense, no local onde se fundou a missão do Miranda que, depois, quando vila, recebeu o nome de Crato. Foram criadores, que atravessaram ínvios sertões em busca de pastagem para o gado, e com a ânsia de disseminar a criação, pioneiros da colonização caririense. Essa descida terá ocorrido por volta das décadas finais do Século XVII, época em que se registra a presença do colonizador branco nas terras até então ocupados somente pela raça nativa.
     Na primeira década do Século XVIII ou, precisamente. Nos anos de 1702/1704, tem-se como primeiro cessionário de terras no Cariri o sesmeiro rio-grandense (Norte), Manuel Rodrigues Ayrosa. Sua posse situava-se na gleba São José, no vale denominado de Lagoa do Ayrosa, entre as cidades que posteriormente se denominariam de Crato e Juazeiro (Sítio São José)